terça-feira, 19 de dezembro de 2017

HISTÓRIA DE SERGIPE (O livro), Acrísio Torres Araújo

HISTÓRIA DE SERGIPE (O livro), Acrísio Torres Araújo, 1967, J. Andrade, 78 páginas.





Acrísio Torres Araújo, um cearense e imortal da Academia Sergipana de Letras, faleceu em 2016, esquecido e até odiado por alguns da terrinha (Sergipe), em Brasília, onde vivia com a família, e exercera o magistério na UNB (professor de Moral e Cívica) até aposentar-se.

Esta é a última História de Sergipe formatada e não circula há mais de vinte anos. Apenas as bibliotecas guardam exemplares rotos. Não conto aqui com Sergipe Sociedade e Cultura do professor Antônio Wanderley e outros, 2007, edição do autor, 176 páginas. Este é mais um livro-apostilha de aula, de inquestionável utilidade, mas de enfoque notadamente didático. Nem conto também com o livro de Antônio Risério, Uma História do Povo de Sergipe, 2010, 612 páginas (resenhado neste blog) e queimado pelos editores. Não está em nenhum lugar além das mãos de meia dúzia de privilegiados. Um livro questionado por intelectuais, focado muito no povo que habita nosso chão.

As outras Histórias de Sergipe escritas e publicadas (menos as duas acima citadas) são anteriores à de Acrísio Torres Araújo. Pires Wine (1972), Elias Montalvão (1930), Laudelino Freire (1900), Felisbelo Freire (1891), o tempo as sugou, nem mais suas almas (das obras e dos autores) suspiram nos cemitérios de Sergipe. As edições que saíram desde a morte dos autores tiveram caráter restrito, atendendo um grupo de colecionadores de plantão.

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E como o povo procura nas livrarias uma História de Sergipe! Digo, porque ancoro, uma vez por semana, nas livrarias, divulgando a nossa literatura, desviando atenções para as prateleiras escondidas onde residimos. Mostro Ibaré Dantas e Samuel Albuquerque, cito Thétis Nunes e Ariosvaldo Figueiredo (seus livros não mais circulam a lustros).

As pessoas querem uma obra que junte e interligue estas partes perdidas como uma consolidação das leis do Trabalho.

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Mas retornando ao livro de Acrísio Torres Araújo...
Tenho aqui comigo um exemplar gasto, pois comprei quando foi impresso, edição de 1967, um opúsculo de apenas 42 páginas, com a pretensão declarada de servir aos 3. e 4. anos do curso primário. Consta na capa: aprovado pelo Conselho Estadual de Cultura. Foi impresso pela editora J. Andrade, estabelecida à rua Divina Pastora, 531. O livro tem prefácio de Áurea Melo, que conheci no meu tempo de jovem, no Seminário Arquidiocesano e a incluo em OS Tabaréus do Sitio Saracura, página 236, sem explicitar o nome, como Inspetora do MEC. E também na página 32 de Meninos que Não Queriam ser Padres, desta vez, dando o nome real.
História de Sergipe de Acrísio está dividida em blocos:
Sergipe capitania (1550-1822);
Sergipe província (1822-1889);
Sergipe Estado (1889-1930);
Sergipe Estado (1930-1945);
Sergipe Estado (1945 – até agora, 1967).

Cada um destes blocos cobre partes menores onde são descritos os fatos, cada uma ocupando em torno de uma página e meia. Gravuras (de autoria de Maria Clara) tornam mais simpática a leitura.

A História de Sergipe de Acrísio Torres Araújo é uma obra de fôlego curto.

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Precisamos urgentemente de uma História de Sergipe, para adultos e crianças, que alcance os dias de hoje. 

Em debates na Academia Sergipana de Letras, que vem ocorrendo desde que ingressei na casa, em outubro de 2016, tenho defendido isso com veemência. Na última reunião de 2017, no dia 28 de dezembro, o presidente Anderson Nascimento, fora da reunião, quando comemorava finalmente, a publicação de seu livro vultos Acadêmicos, encalhado nas gavetas da Imprensa oficial há anos, disse para mim, respondendo à pergunta que não queria calar: E agora, o senhor vai cuidar da História de Sergipe?
“É meu projeto a partir de agora!”
Viva Deus!

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FREIRE,F. História de Sergipe (1575-1855). Rio de Janeiro: Tip.Perseverança,1891.

FREIRE, L. História de Sergipe – resumo didático para o uso das Escolas Públicas Primárias. Aracaju: Tip. do “Estado de Sergipe”, 1900.
MONTALVÃO, E.R. Meu Sergipe: ensino de História e Geografia. Aracaju: Tip. Comercial, 1916.


(Antônio Saracura, escrita em janeiro de 2016, revisada em dezembro 2017)   

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